Ironias do desgosto

Sou daquelas pessoas,
que é por ironias do desgosto.
Tenho tantas poucas, coisas boas,
que até as lágrimas, me vêem ao rosto.

São estas lágrimas,que me vem ao rosto.
São estas lágrimas,de silêncio e tristeza.
È com elas que eu vivo este desgosto,
de não ter uma vida,com mais certezas.

Eu sofro em silêncio,e não consigo,
destes nervos me livrar.
Sofro,apenas comigo,
para os outros,não incomodar.

Esta minha inquietação,
faz-me de mim,ser uma pessoa amargurada.
Tenho na cabeça,tanta confusão,
que me acaba,por deixar magoada.

Sinto revolta pelo meu passado,
por ter sido tão devasso.
Agora só tento,recuperar o que é de agrado,
para não causar mais embaraço.

Precisamos de momentos solitários,
para podermos um pouco reflectir.
por vezes, parecemos uns otários,
mas são precisos, para começarmos a agir.

Mãe talvez,me entendas,
porque por muito já passas-te.
Apenas quero que tu,me compreendas,
também uma vida,dolorosa já levas-te.

O destino não se prevê,
mas dizem que ele,já está destinado.
Gostava eu,de saber o porquê,
de todos já termos,o destino marcado.

Tenho escrito, palavras dolorosas.
Tem sido difícil para mim,conseguir,
escrever o quanto são,palavras corajosas.
E é assim que tento,aos outros transmitir.

Sou uma jovem,sem vontade de viver,
talvez,por ironias do desgosto.
È dificil e complicado de entender,
o que vai num coração, destoçado e descomposto.

Até já tenho um triste olhar,
e uma expressão,de grande mágoa.
Gostava que os meus olhos,voltassem a brilhar,
assim,como a transparência da água.

São tantas as ironias,
que nem vontade,tenho de rir.
Não queria, levar os meus dias,
só a chorar,mas também a sorrir.

Vou sempre escrevendo,o que sinto,
nem que seja,palavras de amargura.
Também já se foi o meu primo Pinto,
Sempre, com a sua grande postura.

Este sofrimento,está-me a consumir,
espero depressa terminar.
Para não pensar,tento dormir...
...dormir para asneiras, não pensar.

Eu penso e repenso,
mas é só ideias negativas.
Para essas,ideias eu recompenso,
Tentando pensar, noutras coisas positivas.

É muito duro para mim,
escrever tudo isto,que me vai na alma.
Dói-me tanto,mas enfim,
desta maneira, alivia-me e fico mais calma.


Janeiro de 2008
Cristina