segunda-feira, 10 de março de 2008

Transladação dos restos mortais do meu irmão




Passados cinco anos,foi desenterrado.
Dos papéis, fomos tratar,
depois do requerimento,confirmado.
Por tudo novamente,vamos passar.

Com a confirmação,
de ambas,as Juntas de Freguesia.
Vai ser feita,a transladação,
junto com o nosso consentimento e autoria.

Os restos mortais,do meu irmão,
vão ser transferidos, para outro cimitério.
Desde sempre manteve-se,esse desejo no nosso coração,
de o transferir,de nossa vontade e critério.

Finalmente vai para outra moradia,
que nós fizemos,questão.
De transferi-lo, para a nossa Freguesia,
pai e filho, juntos num só caixão.

Eu,a minha irmã e a minha mãe decidimos,
fazer o que nos pediu,a nossa consciência.
E com o nosso dever cumprimos,
nunca passando, por tal experiência.

Decidimos juntar,os restos mortais do meu irmão,
para junto,com o pai ficar.
Para nós é um alivio e consolação,
ao vê-los,num só lugar.

Ao vê-los num só lugar,
e também num só caixão.
de vez vão sossegados,ficar,
através desta transladação.

Para mim,foi doloroso,
ver todo aquele,processo que decorreu.
Ao ver retirar os ossos,do meu irmão...foi pavoroso,
que me custou tanto,ou mais de quando ele morreu.

Foi como se fosse,outro funeral,
sendo transportado,pela agência.
Mas foi mais formal,
sendo só com a nossa comparência.

Fomos o carro funerário acompanhar,
transportando,os seus restos mortais.
Para em paz poder descansar.
Onde os nossos fins, vão ser iguais.

Só eu sei,o que eu aguentei,
sofrendo,de novo esta dor,calada.
Mas ali firme permanecerei,
acompanhando,os restos mortais,sentindo-me magoáda.

Nós as três,estivemos sempre presentes,
o meu outro irmão,nunca compareceu.
De igual modo sofrendo,de formas diferentes,
mas sendo com a mesma intensidade,a dor que se sofreu.


Eu sei que isto é muito doloroso e muito meu.
Mas ajuda-me a aliviar o que sinto,desta ferida que nunca se curou.
Foi feita a transladação em 25 de Dezembro de 2006
Cristina ( Gorjões )

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